Por Marco Antonio L. - Do Democracia & Política
Brasil quer integrar
internet com países sul-americanos
ANEL ÓPTICO BUSCA INTERLIGAR BANDA LARGA ENTRE VIZINHOS E
DEIXAR CONEXÃO MAIS VELOZ
46% DO TRÁFEGO DE DADOS VEM DE FORA DO PAÍS - 90% DESTE COM PARADA NOS EUA - VALOR MÍNIMO
DO ANEL É DE US$ 100 MILHÕES
Por Helton Simões Gomes, enviado especial da “Folha” a
Hannover, Alemanha
“Os ministros de Comunicação dos membros da UNASUL (União de
Nações Sul-Americanas) ratificaram ontem em reunião em Assunção, no Paraguai, o
plano de trabalho para integrar as redes de banda larga da internet entre os
vizinhos, por meio de um anel óptico.
junto com o “Plano Nacional de Banda Larga”, o anel óptico
“aumentará a capacidade e barateará o custo das conexões”, afirmou a presidente
Dilma Rousseff, na abertura da feira de tecnologia CeBIT, em Hannover, na
Alemanha.
Outra iniciativa citada por Dilma para ampliar a
infraestrutura tecnológica é a contratação da construção de cabos submarinos
ainda neste ano para ligar o país aos EUA, à Europa e à África. Eles levam
dados de internet do Brasil para outros países.
Hoje, é necessário cruzar o oceano Atlântico para acessar do
Brasil sites hospedados em países como Colômbia e Equador. A informação ruma
aos EUA, por meio de um cabo submarino, e depois retorna, por outro cabo, pelo
oceano Pacífico. No caso do Peru, o trajeto tem mais de 8.000 km. Com o anel, a
distância cairia para 2.000 km.
Quando estiver funcionando, o anel óptico permitirá que o
tráfego de informação não precise sair da América do Sul para circular entre os
países. Mais de 46% do tráfego de dados vai para fora do país. Desses, quase
90% fazem um “pitstop” nos EUA. A velocidade nesses casos aumentará de 20% a 30%,
afirma Artur Coimbra, diretor de banda larga do Ministério das Comunicações.
CONEXÃO
A implantação do projeto é dividida em três etapas. Na
primeira, os pontos físicos de banda larga localizados nas fronteiras serão
conectados para que a informação tenha um canal para passar de um país a outro.
De acordo com o Ministério das Comunicações, as ligações
físicas com Argentina, Paraguai, Venezuela, Bolívia e Uruguai poderão ser
feitas já neste ano.
A segunda etapa será protagonizada pelas empresas nacionais
de telecomunicações dos países. Estatais onde houver, como no Brasil (Telebrás)
e Argentina (Arsat); privadas nos outros.
Elas firmarão acordos com as empresas dos países
fronteiriços. A ideia é que forneçam um tipo de autorização para que as
companhias vizinhas consigam “enxergar” as redes internas de fibra ótica, os
“backbones”, complementando assim a conexão física da primeira etapa. Sem a
conexão lógica do anel, a informação não circula.
Com prazo fixado em 2014, a terceira fase será construir
redes até as fronteiras em que não há pontos de conexão. Até o Peru, por
exemplo, serão necessários 250 km de malha. Bolívia e Guiana são os outros
países da lista.
O valor mínimo estimado para o anel é de US$ 100 milhões. “Se
decidirem aumentar as conexões com os países, o valor pode aumentar”, afirma
Coimbra. O BNDES deve oferecer linhas de crédito.
O plano prevê, ainda, a entrada das teles no anel por meio de
pontos de troca de tráfego. Os países sul-americanos poderão, também, se
beneficiar dos cabos submarinos brasileiros para se conectar à Europa. Mas isso
dependerá de acordos futuros.”
FONTE: reportagem de Helton Simões Gomes, enviado especial da
“Folha de São Paulo” a Hannover-Alemanha
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/30163-brasil-quer-integrar-internet-com-paises-sul-americanos.shtml)
[Imagens do google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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